Existe livre arbítrio? O homem no seu estado natural deseja Deus?

Crédito Imagem: Antranias



Deus elege pessoas para a Salvação?

A predestinação citada na Bíblia está relacionada com a presciência de Deus, pois o Sacrifício de Jesus elegeu pessoas para a Salvação, que são aquelas que o aceitariam, fato que era de conhecimento do Criador desde o inicio.

Nada tem a ver como uma espécie de loteria da fé, onde Deus teria supostamente predestinado cada ser humano individualmente, uns para a Salvação e outros para a perdição, um pai para salvação e o filho para perdição ou vice-versa, isso não tem suporte na Bíblia.

Argumentos CONTRA o livre arbítrio e as respostas.

1-)A ideia de livre-arbítrio é estranha na Palavra de Deus. Somente Deus tem o livre-arbítrio. O homem não. Arbítrio é uma vontade gerada por uma determinada escolha. Você ama bananas e detesta abacate. Coloco diante de você uma cesta com bananas e outra com abacates. Qual você escolhe? As bananas, é claro. Nem lhe passara' pela cabeça os abacates. Você os detesta. Sua boca enche de saliva quando vê as bananas.


Resposta: 


Se você detesta o abacate é porque você experimentou antes e não gostou, os organismos não são todos iguais, é sabido que existe uma variabilidade genética que fatalmente deve implicar nessas questões de paladar, olfato etc. Ou, talvez, seu paladar no momento não estivesse apropriado para consumir a fruta, às vezes as pessoas dizem não gostar de algo, e mudam de ideia com o tempo, e nesse caso o mesmo ocorre com a conversão na história de alguns cristãos, que eram até ateus, mas mudaram de lado após dar uma chance para se aprofundar no tema sem preconceito, então esse exemplo é inepto para derrubar a capacidade de escolha independente que o ser humano tem e que provém da criação de Deus.


Mais um exemplo que podemos colocar para refutar essa ideia das "bananas e abacates", é o fato de que as pessoas continuam consumindo algo mesmo sendo ruim ao paladar delas, é o caso das bebidas alcoólicas, ninguém acha o gosto de uma cerveja maravilhoso ao primeiro gole, cria-se um hábito de consumir por questões culturais ou de prazer no efeito do álcool, por outro lado, há pessoas que tem o gosto ruim como motivação maior para não beber, ou seja, são decisões livres, cada um com suas motivações, se a motivação é negativa ou positiva é discutível, e as pessoas podem mudar de opinião com o tempo.


2-)Agora pergunto, O homem no seu estado natural deseja Deus? Ama a Deus? Quer ir para o céu? Não, não, e não. Toda a inclinação do homem natural é pecado. "a inclinação da carne é inimizade contra Deus" Ele odeia a Deus e ama o pecado. Quando tem que escolher, o que escolhe? O pecado. Isto é livre-arbítrio? Seria se ele estivesse totalmente livre de preferências ou de inclinações. Mas não esta', portanto "não há quem faça o bem" Rm 3.11. Nenhum! 

Se o homem fosse livre não precisaria ser libertado. Mas ficamos escravos de Satanás com a queda. Nascemos servos do pecado (Rm 6:16). Assim nem nosso arbítrio é livre pois, sendo inimigos de Deus por natureza, como escolheríamos a Deus? 


Resposta: 


O homem em seu estado natural não se deu a conhecer a Deus, apesar de muitas vezes ter consciência do mal, ele rejeita logo de cara Deus, é arrogante e iludido pelo materialismo e prazeres do mundo, mas a transformação é racional, esse é o ponto! Não há uma predestinação ou invasão de Deus na mente do individuo manipulando a sua vontade. 


Temos um exemplo claro disso em Nabucodonosor, antes, arrogante e se achando um deus, ficou em situação deplorável e acabou reconhecendo e finalmente dando glórias ao Criador. Mas mesmo quando o homem conhece Deus, ele é suscetível ao erro, caso não vigie e dê vazão a outros pensamentos, que foi o caso de Adão, Davi, e de vários casos mostrados na Bíblia, essa é uma clara evidência da liberdade humana mostrada na Bíblia.

Nem sempre o homem natural ama o pecado, as vezes há um sentimento de culpa envolvido, como é o caso de algum vício, mas o prazer da carne fala mais alto,  e ele acaba praticando, sendo escravo daquilo, ou seja, somos seres racionais e capazes de perceber que embora cause prazer há efeitos nocivos, além disso, a Bíblia diz que a existência do Criador é perceptível pelas coisas criadas Romanos 1.18-22 (complexidade). Como seres humanos, temos abertura para a curiosidade e para receber ou buscar mais informações, e assim poder reavaliar nossas atitudes. 


Isso ocorre quando alguém se converte, primeiro ele ouve a mensagem, depois, em algum momento da vida vem a curiosidade em saber mais, ainda que continue praticando o pecado, ele passa a se interessar cada vez mais,  até o entendimento do que significa o pecado perante Deus, assim, as bases para a convicção em Deus começam a ser construídas, e esta convicção lhe dará forças (aconteceu  com os apóstolos após a Ressurreição) para lutar contra o pecado e querer buscar a santificação e uma comunhão com Deus. Tudo isso é obra de Deus através de sua Revelação racional, e não um tipo de ação determinística de Deus que exclui o arbítrio humano. 



3-)Quem pode então reverter tal inclinação? Deus pode. E Ele escolheu fazer isto comigo por uma razão que só Ele conhece, e que só a Ele resultará em glória. Aí entra a tão massacrada eleição (Rm 4, Ef 1, etc). Massacrada pois quando você aceita que só pode ser salvo por ter sido eleito isso não deixa nenhuma margem para o homem se gloriar.

Resposta: 


Deus reverte a inclinação para o mal através de sua mensagem e toda a sua história documentada de sua relação com a humanidade, com as manifestações sobrenaturais de seu poder vistos por suas testemunhas. 


Lembre-se de como Deus trabalhou com Israel, sempre lhes lembrando do que ele tinha feito no Egito, durante o Pentateuco isso é relembrado várias vezes, é o velho e bom convencimento através da repetição e da lógica, capacidade presente no ser humano desde a sua criação.


[DESTACANDO]..Pois quando você aceita que só pode ser salvo por ter sido eleito isso não deixa nenhuma margem para o homem se gloriar.


Pelo contrário, colocar-se como eleito fora da presciência de Deus, no sentido de que Deus elegeu um individuo predestinado para a Salvação, ao contrário de outros que foram predestinados para a perdição pela vontade de Deus (contrariando seus atributos de Justo e Misericordioso), dá margem ao individuo se achar especial, acima de outros.


O livre arbítrio não dá nenhuma razão para um homem que está morrendo de fome se gloriar quando aceita receber o pão de alguém:




"Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede" (João 6:35)