Através de Lucas 13:6-9, Jesus apresenta Deus Pai como o dono de uma vinha que, com justa expectativa, espera colher frutos de uma figueira que Ele mesmo plantou e cuidou. A figueira representa tanto a nação de Israel quanto cada indivíduo que recebe as bênçãos e o cuidado de Deus. Quando o dono percebe que a árvore não produz nada há três anos, ele ordena que ela seja cortada para não inutilizar a terra, mas o vinhateiro, que representa Jesus, intercede pedindo mais um prazo. Ele se oferece para cavar ao redor da árvore e adubá-la, demonstrando que a misericórdia de Deus nos concede tempo e recursos extras para que possamos finalmente florescer.
Jesus enfatiza que a mera aparência externa de religiosidade é inócua, ou seja, completamente inútil e sem poder de salvação. Uma figueira pode ter folhas verdes e uma copa vistosa, mas se não houver fruto, ela falha em sua essência. Da mesma forma, rituais e palavras bonitas são como folhas que escondem um galho seco. Para o Dono da Vinha, o que valida a existência da árvore não é a sua estética, mas a sua utilidade. A religiosidade de fachada apenas consome os nutrientes da terra sem oferecer nada em troca, tornando-se um obstáculo para o crescimento de algo verdadeiro.
Os frutos que Deus espera encontrar são detalhados na Bíblia como o "Fruto do Espírito", que é a prova real de uma vida conectada a Ele. O primeiro e maior desses frutos é o amor, que não é um sentimento, mas uma ação sacrificial em favor do próximo. Logo em seguida vem a alegria, uma satisfação interior que não depende das circunstâncias, e a paz, que tranquiliza a alma mesmo em meio ao caos. A paciência revela a capacidade de suportar ofensas e esperas sem perder a caridade, enquanto a amabilidade e a bondade demonstram um coração generoso que busca o bem de todos ao redor.
Além disso, a fidelidade mostra um caráter íntegro e confiável, a mansidão revela o controle da força e da autoridade através da humildade, e o domínio próprio coroa essas virtudes, permitindo que o indivíduo governe seus próprios impulsos e desejos. Esses atributos são os "frutos" que o vinhateiro tenta produzir ao adubar a nossa vida. Sem eles, a árvore é apenas um ornamento sem vida. A mensagem de Jesus é um chamado para abandonarmos a preocupação com a imagem religiosa externa e focarmos no cultivo dessas virtudes interiores, pois somente elas impedem que o destino da figueira seja o corte final.
