A confusão nas datações dos pergaminhos bíblicos.

 

Crédito imagem: Creative Commons


Existe um equívoco muito comum difundido no debate sobre a datação dos Evangelhos que é  basear-se em cópias dos documentos como se fossem a data dos escritos originais, ou seja, não significa que as cópias mais antigas ENCONTRADAS sejam a datação dos originais, mas sim que foram as cópias dos documentos possíveis de ser encontrados ainda preservados.

Essa confusão entre cópias encontradas e originais provoca algumas especulações como colocar as cartas do apóstolo Paulo anteriores aos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), a sugestão da  datação da espístola aos coríntios é 20 anos depois da crucificação de Jesus.

Não há razão para supor que os primeiros documentos primitivos do cristianismo foram escritos décadas depois da ressurreição de Jesus, pois há provas arqueológicas da escrita com 3 mil anos antes de Cristo, quer dizer, o ser humano já escrevia documentos há milhares de anos, o papiro já existia há 2 mil anos antes de Cristo, o pergaminho é estimado há 200 anos antes de Cristo.

Entre os seguidores de Jesus havia senador, cobrador de impostos e médico, há relatos de ofertas de recursos nas igrejas primitivas que ajudavam a financiar lugares de culto e os trabalho dos cristãos, portanto, não havia motivo para que os discípulos de Jesus esperassem 10, 20 ou 30 anos para escrever os fundamentos de sua própria existência como um grupo disposto até a morrer pelo que acreditavam.


Essênios

A seita dos essênios, autores de pergaminhos encontrados em 1947 em cavernas do oriente médio, já fazia cópias do antigo testamento e escrevia comentários teológicos mais de 100 anos antes de Jesus.


Conclusão:  

Os discípulos de Jesus já tinham materiais e recursos disponíveis para documentar algo tão importante pouco tempo depois da Ressurreição. A escrita já era bem difundida, os evangelhos citam que próprio Jesus tinha interações com os escribas, fazia leitura nas sinagogas, além de ter estudado o Antigo Testamento ainda adolescente dentro do judaísmo, como no episódio em que o encontram debatendo com os douores da lei. Assim, a sociedade da época não era refém da tradição oral.