A tentativa de comprovar fenômenos sobrenaturais através das ciências naturais esbarra em limitações fundamentais.
O método científico, alicerçado na observação empírica, na formulação de hipóteses testáveis e na busca por explicações naturais, opera dentro do domínio do mundo físico e suas leis.Por mais estatisticamente raro ou improvável que um evento possa parecer dentro da nossa compreensão atual da natureza, a ciência, por princípio metodológico, evita decretar sua impossibilidade absoluta sob as leis naturais.
Essa postura decorre da natureza auto-corretiva da ciência, que mantém explicações em aberto, incentivando a investigação futura.
Entretanto, essa abertura metodológica não implica que a ciência deva ignorar aspectos relacionados à probabilidade de ocorrência de um evento.
Reconhecer que um evento é altamente improvável com base no conhecimento científico estabelecido é perfeitamente válido e importante, embora a improbabilidade extrema possa levar à percepção de que uma explicação científica pode ser extremamente difícil de alcançar.
Mesmo diante dessa dificuldade projetada, a ciência, intrinsecamente, não assume a impossibilidade natural do evento.Essa postura reflete a premissa naturalista da ciência em face do desconhecido, a ausência de uma explicação mantém a esperança de que, no futuro, novas ferramentas conceituais ou descobertas revelem mecanismos atualmente insuspeitos.
Contudo, não é ético usar essa improbabilidade para descartar a ocorrência de eventos sem uma investigação detalhada das evidências. Rejeitar que um evento improvável tenha ocorrido por puro preconceito de que "não poderia ter acontecido naturalmente" impede a análise objetiva e a busca por possíveis explicações dentro do domínio natural, mesmo que pareçam difíceis de alcançar.
Da mesma forma, forçar explicações naturais implausíveis ou não sustentadas por evidências sólidas também desvirtua a integridade científica. A ciência deve manter a postura de investigar as ocorrências em vez de descartá-las aprioristicamente com base apenas na sua improbabilidade estatística ou de impor explicações naturais sem o devido rigor, pois isso configuraria uma postura antiética e contraditória.
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