Como diferenciar mito de realidade?

"ET de Varginha". Crédito Imagem: Kennedy Martins

É possível  transformar eventos e contos mentirosos  em "verdades"?


Os registros do passado servem como fonte para delimitarmos o que é lenda ou fato dentro da história de cada povo.

Observe, por exemplo, o recente já transformado em mito "ET de Varginha", é assim que essa história será repassada, como mito, lenda, pois não houve comprovações entre as pessoas da época de que a história era real, isso ficará nos registros sobre o caso, podendo no futuro ser checado. O mesmo ocorreu com o "Lobisomem" e outros diversos mitos, nenhum deles tem suporte para ser algo real, são histórias sem origens definidas ou sem relatos corroborativos dentro de uma rede de documentos.

Crédito imagem: Wikimedia Commons

Busto do mitológico ZeusAs mitologias gregas, hinduístas, egípcias, entre outras, também são exemplos de histórias sem comprovações, elas não trazem em seus próprios registros informações de que o povo da época teve qualquer conexão com seus respectivos deuses, isto é, nenhum evento extraordinário e objetivo foi observado por testemunhas humanas, portanto,nada que possa trazer esses deuses para algo factível. Se não há comprovações pelos contemporâneos dos fatos, os registros, então, são de meras lendas, e não de fatos corroborados. 

Os autores e propagadores de lendas, em sua gênese, não escreveram nem escrevem com o rigor e o compromisso fático inerente ao relato histórico. Eles não se detêm à validação de verdades, fatos, pessoas reais envolvidas e testemunhas.

São, essencialmente, proliferações de contos sem origens definidas, povoados por personagens lendários, que são produto da elaboração e da mente humana. Nesse processo, percebe-se a ausência de um compromisso estrito, seja ele profano (com a exatidão histórica) ou sacro (com a verdade factual dos eventos).

A análise textual correta deve, portanto, ir além da superfície e atentar-se para as motivações obscuras, materialistas e de controle social que esses artificialismos narrativos visam servir. Onde falha flagrantemente a sustentação histórica, é a intenção subjacente — como a busca por poder, riqueza ou a justificação de um domínio institucional — que muitas vezes preenche essa lacuna de credibilidade.

Perceba-se que essa conclusão não é tirada por preconceito ou pressuposição externa, mas sim pela aplicação de um crivo metodológico sobre os próprios documentos. É neles que se constata a falta de suporte necessário para aceitarmos diversas histórias como reais.

Portanto, mesmo nos documentos históricos de origem religiosa, a análise crítica é capaz de separar, com rigor, a lenda do fato corroborado.



Vivemos num mundo nonsense?


Grupos de pessoas ou até uma nação inteira saem por aí inventando eventos que não viram, como fatos corroborados?

Ou, há regras intrínsecas às interações humanas?

A observação ao nosso redor mostra que não vivemos num mundo absurdo e que há lógica na natureza e na relação entre seus elementos.

Foto: Rafaela Tabosa/D.A Press
(Família espera a ressurreição de aposentada).
Se uma pessoa avisa que vai ressuscitar 
depois de três dias, algumas pessoas podem até aguardar esse evento, mas se o prometido não se tornar real, ou seja, se a ressurreição não for corroborada por testemunhos,a verdade estabelecida será a morte, e não a ressurreição. 

Isso dito acima é crucial para o assunto tratado aqui: pessoas não vão perder tempo saindo por aí contando e registrando algo que elas sabem que não é verdade, sendo que outras pessoas testemunharam justamente o contrário. 

Família espera a ressurreição de aposentada:

*“Havia uma expectativa de que ela ressuscitaria após três dias. Não posso dizer que cheguei a acreditar nisso, mas oramos muito e pagamos para ver. Passado o período, tivemos de providenciar o sepultamento”, disse Eudmarco Medeiro de Farias, 33 anos, amigo da família.


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(Print Cache G1)

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1357932-5598,00-APOSENTADA+MORRE+E+FAMILIA+ESPERA+TRES+DIAS+PELA+RESSURREICAO+NA+PARAIBA.html (link antigo)


Se conluios pudessem gerar "verdades", viveríamos num mundo surreal, onde mentiras e verdades não seriam distinguidas, mas a *observação (*elemento fundamental do método científico) do mundo real mostra outra coisa, o grupo que esperou a ressurreição da aposentada teve que se conformar com a realidade.

AP via IG 
Em foto fornecida pelo canal National Geographic, Jamie Coots, pastor em Middlesboro, Kentucky, posa para foto. Manipulador de cobras, ele morreu após ser picado por uma.

Não é porque o grupo é religioso que eles vão fazer uma conspiração irracional para defender suas crenças e distorcer o que realmente foi testemunhado.

Os fiéis membros da igreja do pastor, que é bom que se diga, tinha uma interpretação muito errada das Escrituras, não sairiam por aí falando e escrevendo memórias dizendo que ele sobreviveu e está morando no Brasil, ou em algum outro país do terceiro mundo.

"O filho do pastor, Cody Coots, disse à estação de TV que seu pai já havia sido picado oito vezes antes, mas nunca teve uma reação tão forte. O filho disse que ele pensou que essa vez seria igual"


As mentiras, eventos desacreditados sem confirmações, viram automaticamente meras lendas, mitologias, quer dizer, não têm suporte para serem verdadeiras.

Perceba  que a crença na Ressurreição de Cristo é baseada em fatos que exigiriam confirmações, pessoas da época registraram o ocorrido para as gerações futuras, é assim que funciona, há várias testemunhas relatadas. Se fosse uma invenção, o cristianismo teria terminado rapidamente, pois os testemunhos apontariam para o que realmente ocorrera, quem inventasse seria taxado de louco na época assim como ocorreria com alguém que inventasse que a aposentada havia ressuscitado.

Não é porque alguém ainda não era nascido em 1969, que essa pessoa deva duvidar que o homem esteve na lua nessa data e acreditar que as imagens do homem no espaço não passam de montagens bem feitas. 

Não é preciso que todos vejam um evento com os próprios olhos quando há uma corroboração testemunhal bem documentada sobre o mesmo.

A observação corroborada faz parte do próprio método cientifico e da ciência, por exemplo, se um cientista afirma que descobriu algo através de um experimento, mas outras pessoas reproduzindo o mesmo experimento encontram outro resultado, a descoberta do primeiro será desacreditada. 


Isso se estende para outras áreas, como a Ciência do Direito e História, dependemos sempre de outras pessoas, negar isso é negar o processo de transmissão do conhecimento responsável pelo desenvolvimento humano.

A Lei do Testemunho e a Fragilidade da Mentira

A mentira ocorre em ocasiões específicas e conhecidas, sendo por natureza um evento frágil. Em contrapartida, uma verdade para ser estabelecida e reconhecida precisa obrigatoriamente de reforços testemunhais independentes. Se isso não existir, a história se mantém no campo da lenda.

É por isso que o recurso das testemunhas é um meio indiscutível na Justiça para se chegar à comprovação ou não da verdade; sem testemunhos não há perícia criminal nem crime. Essa é uma lei das interações humanas.

Contudo, essa dependência expõe a maior vulnerabilidade da invenção: a tentativa de criar ou fomentar falsos testemunhos. A mentira exige um esforço insustentável para manter a coerência perfeita entre múltiplos relatos. Qualquer falha na sincronia, qualquer motivação oculta (materialista, por exemplo) que se revele, ou qualquer contradição, expõe imediatamente o artificialismo, desmantelando a suposta verdade.


Regra aplicável contra falsos mensageiros

Podemos questionar a autenticidade de um mensageiro divino utilizando os próprios documentos de sua religião. Muitas vezes, não há testemunhas dos feitos atribuídos a essas figuras e alguns supostos milagres em seus próprio documentos, isso demonstra a imensa dificuldade exigida para mentir coletivamente mesmo em grupos fechados.

Aqui está o cerne da questão:

Esses mensageiros não puderam inventar testemunhas, pois seriam desmentidos por seus contemporâneos. Consequentemente, surge a dificuldade para acreditar em suas alegações.

Infelizmente, muitas pessoas não enxergam o óbvio: vários textos supostamente sagrados podem ser constatados em qualquer época apenas como produtos da mente humana.