O Envio dos Doze Discípulos: Uma Lição de Fé e Dependência Divina

Mar da Galileia
Wikimedia Commons

Como os discípulos se manteriam?


"E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto; Mas que calçassem sandálias, e que não vestissem duas túnicas" Marcos 6:8-9."


A Onisciência de Deus, ou seja, seu conhecimento total, permitia Jesus saber de antemão que a instrução para os discipúlos não levarem provisões não era um risco, mas sim um teste de fé e uma estratégia intencional.

Os discípulos, ao serem enviados por Jesus, não foram destinados a passar fome ou a enfrentar necessidades extremas. A provisão para sua subsistência viria de outras fontes. Uma delas era a hospitalidade, uma prática muito valorizada na cultura da época. 

Jesus instruiu os discípulos a aceitarem o que lhes fosse oferecido, permanecendo na casa de quem os recebesse e comendo o que fosse servido, conforme registrado em passagens como Mateus 10:11 e Lucas 9:4. Muitas pessoas se sentiriam honradas em abrigar e alimentar aqueles que compartilhavam a Sua mensagem espiritual.

Jesus sabia que a hospitalidade seria uma fonte de provisão. Ele conhecia o coração das pessoas e sabia que muitas delas, ao ouvirem a mensagem do Reino, se sentiriam motivadas a ajudar.

Em essência, a instrução de Jesus aos Doze não era uma imposição de pobreza desnecessária, mas um convite à fé radical e à completa dependência de Deus. 

A razão por trás dessas instruções de Jesus era multifacetada. Em primeiro lugar, ele desejava ensinar aos discípulos a dependência total de Deus. Ao não carregar provisões naquela missão, eles seriam forçados a confiar plenamente na providência divina. Essa experiência fortaleceria sua fé e os faria sentir, de forma prática, o cuidado de Deus.

Além disso, a atitude de desapego serviria como um testemunho de desapego. Ao mostrarem que não carregavam nem pregavam bens materiais, os discípulos se tornariam exemplos vivos de confiança em Deus, dinstinguindo também a sua mensagem de outras ideologias da época com motivações materiais.

A confiança na provisão divina não era um fim em si mesma, mas um meio para um propósito maior: viver e proclamar um Reino cujo valor não pode ser medido em moedas, mas sim em fé, esperança e um futuro com Deus.